Papeando com o Pirata medonho
Recentemente, entrevistamos o Pirata medonho! Ele mesmo, personagem do livro O pirata medonho, de Vânia Alsalek e ilustrações da dupla Toco-oco.
Acompanhem, em primeira mão, esse papo pra lá de bom:
Qual dos muitos lugares do mundo que visitou é seu preferido? E por quê?
Sim, sim... gostei da pergunta! Me permite falar da ilha de Lambisgoia, que conheci na minha juventude. Fica ali bem na esquina do mar Terrificus com o lago de Podres. Repleta de escorpiões, crocodilos gigantes e lagartas de fogo, uma maravilha! Era meu lugar preferido de descanso, onde sempre fiquei muito à vontade e despreocupado. Ali eu não precisava fazer maldades, entende?
Desde quando você resolveu ser malvado?
Desde que me vi no espelho pela primeira vez. Mas eu não gosto de falar sobre isso.
O que sentiu durante a luta com o monstro marinho?
Senti que eu ia ganhar, o tempo todo! Sempre tive muita convicção da minha malvadeza e jamais permitiria a existência de alguém pior do que eu. Imagina!...
Como foi conhecer um rei e uma rainha e receber o título de Cavaleiro da Ordem da Cobra Marinha?
Foi uma situação muito nova para mim. Confesso que simpatizei com o casal logo de cara. Ele, barrigudíssimo, com uma barba muito mal cortada, comprida de um lado, raspada do outro, interessante mesmo, eu diria. Já a rainha tinha uma voz agradável, entre cavernosa e esganiçada ao mesmo tempo. O título foi uma honra: Cavaleiro da Ordem da Cobra Marinha! Acho que mereci. Mas quero deixar bem claro que jamais aceitaria o título de Protetor da Ordem dos Coelhinhos do Bosque.
Como vive hoje? Você continua viajando em seu navio? O que mudou?
Hoje vivo mais sossegado. Viajo de vez em quando, seja para matar a saudade do mar, seja para executar alguma tarefa que me pedem. Não estou mais tão preocupado em saber se sou bom ou sou mau. Sinto que às vezes sou uma coisa, às vezes sou outra...
Você poderia dar um exemplo das tarefas que é solicitado a executar?
Sim, claro! Geralmente recebo pedidos de outros reinos para matar monstros que insistem em aparecer. Todo mundo sabe que matar monstros é o que eu mais gosto de fazer. Acontece de, às vezes, eu ter que resgatar algumas pessoas, flutuando em balsas perdidas no meio do oceano. Costumo trazê-las aqui para este reino, que está ficando cada vez mais divertido, com tanta gente diferente.
Ainda hoje você tem algum segredo que guarda a nove chaves?
Sem dúvida, mas é segredo! Tenho segredos guardados a nove, quinze, trinta e duas chaves, depende. Esses só interessam a mim. Mas também tenho outros, guardados a uma ou duas chaves, que eu posso até contar, se você me prometer não espalhar pra ninguém. Promete? Guardado a uma chave: eu tive um pouco de medo daquele monstro marinho, que soltava fogo pela goela. Guardado a duas chaves: às vezes eu tenho muita vontade de fazer algumas maldades, mas aí consigo me controlar. Mas ninguém pode saber, tá?